sexta-feira, 8 de maio de 2009

De Falla

De Falla (também escrita como Defalla) é uma banda brasileira de rock and roll formada em Porto Alegre, RS em 1984. Diz-se que foi assim batizada em homenagem ao compositor espanhol erudito Manuel de Falla (1876-1946), mas, tendo em vista o senso de humor do líder Edu K e a influência direta de pós-punk do início da banda, tudo aponta para que De Falla seja um trocadilho com a banda de Manchester The Fall. Com influências também de hard rock, glam rock e heavy metal e, mais tarde, flertando com música eletrônica, miami bass, funk e hardcore melódico, a banda ficou reconhecida pelas irreverentes mudanças em suas formações, seu estilo musical e sua apresentação estética. Inseriu-se no cenário do rock inicialmente no circuito alternativo de Porto Alegre e mais tarde em São Paulo e Rio de Janeiro, sendo famosas as apresentações no Circo Voador, RJ na década de 1990, onde influenciou e abriu espaço a uma geração de músicos e bandas como Planet Hemp, Pavilhão 9, Nação Zumbi e Pato Fu.

O início:
A primeira formação do De Falla contava com Carlo Pianta (baixo, embora seja guitarrista na Graforréia Xilarmônica), Edu K (vocal e guitarra), Biba Meira (bateria) e foi responsável pela gravação de no mínimo duas demos e uma participação na coletânea gaúcha Rock Grande do Sul (1986). Pianta deixaria o grupo pouco antes da gravação do primeiro disco, abrindo espaço para Castor Daudt (guitarra) e Flu (baixo), ambos da extinta banda Urubu Rei (do atual produtor musical Carlos Eduardo Miranda).

Pelo selo Plug são gravados os discos Papaparty (1988) e It's Fuckin' Borin' to Death (1989), quando Biba Meira deixa o grupo cedendo a bateria ao então guitarrista Castor Daudt. Marcelo Truda (ex-Taranatiriça, banda na qual Flu e Miranda já haviam participado) assume as guitarras ao lado de Edu K, gravando o ao vivo Screw You! (1989), pela Devil Discos.

O único clipe desta fase "Screw You!" fora filmado ainda com a baterista Biba, em 1989. Estranhamente a música faz parte do terceiro disco, o primeiro sem ela. A versão final do vídeo só foi ao ar em 1991, devido a dificuldades de edição.
Cogumelo Records e Holywood Rock 93
As mudanças musicais tornam-se evidentes com a guinada hard rock de Screw You!; em 1990 o De Falla gravaria We Give a Shit pela Cogumelo Records (importante selo de metal responsável pelos primeiros discos do Sepultura), com sonoridade semelhante à bandas como Anthrax e Suicidal Tendencies.

Ainda pela Cogumelo, em 1992 sai Kingzobullshitbackinfulleffect92: uma fusão de MPB com funk, rap, metal extremo, música eletrônica e outros estilos. Também marcado pela entrada de 4nazzo no cargo de guitarrista, é considerado o ápice da carreira do grupo por responder ao positivo recebimento crítico e um discreto sucesso na época.

A Revista Bizz de 92 indicaria os prêmios de melhor grupo ao De Falla, melhor disco ao Kingzobullshitbackinfulleffect92 e melhor letrista e vocalista ao Edu K, além de consideráveis posições nas categorias "Melhor Música Nacional" (4º lugar)" e "Melhor Capa" (2º lugar).

Nessa época é gravado o clipe da curtíssima versão de It's Fuckin' Borin' to Death, música do segundo disco da banda que fora regravada no "Kingzo".

O bom acolhimento do álbum levaria o De Falla a participar do Hollywood Rock de 1993 ao lado de bandas como Engenheiros do Hawaii, RPM e as internacionais Red Hot Chili Peppers, Alice in Chains e Nirvana.

Logo em seguida o vocalista Edu K sai da banda e segue em carreira solo, sendo substituído por Tonho Crocco (atual vocalista da também gaúcha Ultramen). Nessa época o grupo se apresentava com o nome "D.Fhala" e lançam o disco Top Hits: D.Fhala (1995), ficando temporariamente encerradas as suas atividades.
Já sem os integrantes originais, o vocalista e fundador do De Falla Edu K retoma as atividades do grupo em 1996, na chamada fase "Fire". Mudando a sonoridade e estética da banda, o De Falla adere a maquiagem pesada, androginia e sonoridade bastante eletrônica, semelhante ao big beat do The Prodigy e ao industrial de grupos como KMFDM e Nine Inch Nails.

A banda era formada pelo remanescente Marcello Fornazzier, o baixista "Z" e a baterista Paula Nozzari (que mais tarde integraria o Cidadão Quem).

As músicas lançadas nessa época tiveram produção e mixagem de Eduardo Marote (produziu Skank, Cidade Negra, Pato Fu) em Nova Iorque. A idéia inicial de divulgação era de que o single seria prensado de maneira alternativa ou "pirata" (como definiu o próprio Edu); apenas 1000 cópias em vinil para uso de DJs. Porém, acredita-se que o material sequer fora lançado oficialmente. Uma sessão de fotos, algumas músicas e versões demos foram disponibilizadas no site oficial da banda (atualmente fora do ar) por volta de 1998.

Entre produções inéditas, boa parte das músicas consistia em regravações de canções do De Falla como "Não Me Mande Flores", "Screw You! (Susy Doll)" e "Sodomia" e covers inusitados como os de "Ray of Light" (Madonna), "That's the Way I Like It" (KC and the Sunshine Band), "Fire" (Jimi Hendrix) e "Raw Power" (The Stooges). Sabe-se que ao vivo foram executadas versões de algumas músicas do Bauhaus e Alien Sex Fiend.

Ao vivo a banda se apresentava com visual bastante excêntrico, usando maquiagem, vestimenta sado-masoquista e lentes de contato brancas. Musicalmente, os shows traziam sintetizadores pré-programados, além de bases de bateria eletrônica somadas à uma percussão de Paula Nozzari, que tocava de pé.

Por volta de 1998 Edu K também montou o projeto Porno Barbie Superstar que gravou versões puramente eletrônicas de clássicos do rock.
Os próximos trabalhos definiriam-se por formações pouco sólidas, mudanças drásticas de estilo musical e estético, mas encaminhariam o De Falla para o mainstream nunca antes conseguido, como a inclusão do grupo no ascendente cenário funkeiro carioca ao explorar o miami bass no disco Miami Rock 2000. O lançamento veicularia o hit Popozuda Rock 'n' Roll nas rádios e programas de TV de todo o país, duramente criticado por diversos fãs tradicionais da banda. As acusações apontariam que, apesar de todo seu histórico mutante, o De Falla estaria "passando dos limites" ao aproximar-se da música comercial de maneira apelativa. Edu K justifica: "Popozuda é completamente AC/DC, se você tirar a batida. E é legal porque hoje a tocamos desse jeito, então talvez agora as pessoas possam entender porque o Miami era um disco de rock".

Mais tarde o De Falla ainda arriscaria o glam rock e o hardcore melódico nos dois discos Superstar (lançado em 2001 e relançado em 2003) e Sodapop (2003), este último não lançado oficialmente.

Ainda em 2004 o De Falla retorna as palcos para um show comemorativo de 20 anos de carreira no Circo Voador com sua formação clássica (não sendo pela falta do guitarrista e baterista Castor Daudt). Contando com a participação dos guitarristas Rafael Crespo (ex-Planet Hemp) e Peu Sousa (ex-Pitty).


Discografia

Coletâneas
Rock Grande do Sul (1986)
Top Hits: D.Fhala (1995)
No Major Babies (1995)
Raridade Plug (1996)
Hot 20 (1999)
Domingo Legal 2000 (2000)
Explosão Tekno Funk (2000)

Álbuns de estúdio
Papaparty (1987)
It's Fuckin' Borin' to Death (1988)
We Give a Shit (1990)
Kingzobullshitbackinfulleffect92 (1992)
Miami Rock 2000 (2000)
Superstar (2002)

Álbuns ao vivo
Ao Vivo no Espaço Mambembe (1988)
Screw You! (1989)
Live in São Paulo (1991)
Ao Vivo no Teatro Mars (1993)
Ao Vivo no Groove (2002)

Compactos
Papaparty Demo (1987)
Megablasts from Hell (1991)
Fire (1998)
With This Disk We Shall Become the Rulers of the Universe (1999)
Gatas, Gatas, Gatas (2000)
Sodapop (2003)

fonte:http://pt.wikipedia.org

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